sexta-feira, 24 de outubro de 2008



Em meio a chuva que rondou o dia e se estendeu pela noite eu quis brincar de pegar estrelas, estas que em noites claras brilham e piscam na céu, como que brincassem de fugir da lua. Na noite de chuva não se vê estrelas, na noite de chuva elas se escondem, não mostram seu brilho, não dançam no céu. Fosse no céu sem graça, fosse sem estrelas, com um luar pra se admirar ou a penumbra sonora das noites de chuva, impossível seria olhar para o céu e não lembrar do teu rosto. O rosto que tanto me encantou, tão longe, como a lua, lá no alto, inatingível, indomável... Quanta saudade desse rosto, desses olhos, desse sorriso, desse gosto. Posto que sou carne, perecível, frágil, sinto a saudade cortar como navalha, arder como ferro em brasa que marca e fere, que gravou teu nome em meu peito. Sinto o cheiro da chuva, da noite, que me trás o teu perfume (de canela), o frio dessa saudade que estremece meu corpo mais que a fina água que toca meu corpo. Hoje só a lua me fez companhia, essa companheira "inseparável" que me acompanha e ilumina meu rosto, que trás a nostalgia, que trás a saudade, que trás à tona todo sentimento que pode ser sentido. A água que escorre pelos dedos, cintilada pelos feixes do luar parece ressaltar a aura do meu corpo, a alma que me inunda, uma alma ressequida pela saudade, pela vontade, pelo desejo, pelo querer.
Estendo minhas mãos no vazio buscando sua força, que mesmo distante me alimenta. Nessa hora já nem sei se o que rola em meu rosto são as gotas dessa chuva ou as lágrimas que rolam por ti.
Só quando fecho os olhos é que sinto certo conforto, pois não vejo mais nada... apenas ouço, a chuva e uma música que me lembra você! Não quero um conto de fadas, ainda que acredite em fadas, mas quero um conto de heróis onde você me salva dessa solidão e protege minh'alma no seio de teu corpo. Anseio teus carinhos, anseio ouvir tua voz a sussurrar em meu ouvido, anseio o toque de tuas mãos, quem sabe de teu corpo, anseio ser aquele que te faz feliz.
Crescer é consequência de viver. Na próxima chuva a gente brinca de fugir das gotas, na próxima chuva a gente se encontra, e num abraço eterno e molhado por essa chuva
Te vejo em breve.

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